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Mostrando postagens de 2018

O REINO CRISTÃO DOS GHASSÂNIDAS

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Os Ghassânidas (do árabe “ Al-Ghasasinah ”, também chamados de “ Banu Ghassan ”, ou seja, Tribo de Ghassan) são descendentes de um grupo de povos sedentários (não nômades) cristãos da Arábia do Sul que emigraram no início do terceiro século do Iêmen para o Hauran, no sul da Síria, Jordânia e Palestina, onde alguns se casaram com colonos romanos helenizados e gregos cristãos primitivos, tornando-se talvez algumas das primeiras nações “cosmopolitas” do mundo, beneficiando-se da modernidade do Ocidente sem perder suas raízes árabes. Dizem que os Ghassânidas vieram da cidade histórica de Ma'rib no Iêmen, do Reino de Sabá, notória em vários relatos históricos, incluindo as principais escrituras sagradas [Antigo Testamento]. Havia uma barragem lendária em Ma'rib que sofreu várias rupturas, porém no início do terceiro século d.C, havia tanta chuva e grandes alagamentos, que a represa foi levada pela inundação que se seguiu, forçando as pessoas e a família real a emigrar, proc

O SULTANATO DE MALACA

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Por Firas El-Khatib Como um ponto de encruzilhada do comércio entre o Oceano Índico e o Leste Asiático, o Arquipélago Malaio tem consistentemente sido uma região rica, diversa e politicamente importante. O Islam começou a se espalhar na região através do comércio não muito depois da morte do Profeta Muhammad (saws). Durante séculos, o povo do sudeste da Ásia começou lentamente a aceitar o islamismo e a criar cidades e reinos muçulmanos. Talvez o mais importante desses reinos tenha sido o Sultanato de Malaca (Melaka em malaio), que atingiu seu auge em meados de 1400. Como um reino poderoso e influente, a disseminação contínua do Islam na região estava intrinsecamente ligada à ascensão do sultanato de Malaca. Infelizmente, no entanto, o sultanato de Malaca não duraria, já que Portugal conquistaria o reino em 1511 e começaria um período de séculos de dominação europeia. O Surgimento de Malaca Uma das rotas mais importantes do comércio no mundo pré-moderno foi o estreito de Malaca.

QUEM SÃO OS IBADIS?

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O movimento Ibāḍī, Ibadismo ou Ibāḍiyya ou também conhecido como o Ibadis (em árabe: الاباضية, al-Ibāḍiyyah ) é uma seita do Islam predominante em Omã e Zanzibar; os Ibāḍī's também são encontrados na Argélia, Tunísia, Líbia e na África Oriental. Diz-se que o movimento Ibāḍī foi fundado 20 anos após a morte do profeta Muhammad (saws), anterior mesmo às denominações sunitas e xiitas. Os historiadores e a maioria dos muçulmanos acreditam que a denominação é uma seita reformada do movimento Khawārij ou Khārijite [ver neste blog a postagem "Quem são os Kharijitas?"]; os Ibāḍīs, no entanto, negam qualquer coisa além de uma relação passageira com os Khawārij e apontam que eles simplesmente se desenvolveram a partir do mesmo grupo precursor. Embora a estrita adesão dos ibadis aos assuntos públicos e privados da sharia tenha sido descrita como puritana, o caráter de sua denominação é considerado de moderação e tolerância em relação a outras visões da religião. A escola deriva

IMAM AHMAD IBN HANBAL

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Por F. Al-Khatib Até agora, em nossa série de quatro partes sobre os quatro grandes imãs de fiqh (jurisprudência islâmica), vimos que cada um dos imãs tem um papel especial e duradouro na história islâmica. Imam Abu Hanifa foi o pioneiro quando se tratou de codificar fiqh e estabelecer os fundamentos de como isso deve ser estudado. Imam Malik confirmou a importância do hadith no campo do fiqh através de sua coleção histórica de hadith, al-Muwatta. E o Imam al-Shafi'i revolucionou o estudo do fiqh estabelecendo o campo do usul al-fiqh, bem como os princípios por trás do estudo do fiqh. Para o último dos quatro grandes imãs, Ahmad ibn Hanbal, sua contribuição foi além do fiqh. Embora ele fosse um dos maiores juristas e estudiosos de hadith de seu tempo, talvez seu maior legado tenha sido a coragem de defender as crenças ortodoxas do Islã, conforme foram transmitidas ao profeta Muhammad (saws) em face da perseguição e da prisão nas mãos das autoridades políticas muçulmanas

IMAM SHAFII – O PAI DO USUL AL-FIQH

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Por F. Al-Khatib No estudo dos fiqh, jurisprudência islâmica, diferentes escolas se desenvolveram com o tempo. Essas escolas foram fundadas pelos maiores sábios da história islâmica e expandidas por seus sucessores em suas escolas. Cada um desses imames acrescentou uma dimensão única e nova à compreensão da lei islâmica. Para o terceiro dos quatro grandes imams, Imam Muhammad Al-Shafi'i, sua grande contribuição foi a codificação e organização de um conceito conhecido como usul al-fiqh - os princípios por trás do estudo do fiqh. Durante sua ilustre carreira, ele aprendeu com alguns dos maiores estudiosos de seu tempo e expandiu suas idéias, enquanto ainda se mantinha perto do Alcorão e da Sunnah como as principais fontes das leis islâmicas. Hoje, sua madhab (escola de pensamento), é a segunda mais popular na terra, depois da madhab de Imam Abu Hanifa. Infância Muhammad ibn Idris al-Shafi'i nasceu em 767 (o ano da morte do Imam Abu Hanifa) em Gaza, na Palest

IMAM MALIK - O SÁBIO DE MEDINA

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Por F. Al-Khatib A coleta e codificação da lei islâmica tem sido historicamente uma das tarefas mais importantes e desafiadoras que a comunidade muçulmana realizou em seus 1400 anos de história. Para ser considerado um faqih (um especialista em lei islâmica - fiqh), é preciso ter domínio do Alcorão, dos ditos do Profeta Muhammad (saws), de outras fontes de direito, bem como de outros assuntos, como gramática e história. Um dos gigantes da lei islâmica foi o estudioso do século VIII de Madina, Malik Ibn Anas. Numa época em que a comunidade muçulmana precisava desesperadamente que as ciências de fiqh e hadith (ditos e feitos do profeta (saws)) fossem organizados, o imam Malik veio neste momento. Seu legado é manifesto em sua influência contínua em todo o mundo muçulmano, tanto através de suas próprias obras quanto das obras daqueles que ele ajudou a guiar em um caminho de estudos e devoção ao Islam. Infância e Estudos Imam Malik nasceu em 711 na cidade de Madina, 79

A VIDA DO IMAM ABU HANIFA

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Por F. Al-Khatib A compreensão das leis e do código de conduta do Islã é algo que tem evoluído constantemente ao longo da história islâmica. As primeiras gerações de muçulmanos depois do Profeta ( saws ) tiveram um momento muito mais fácil de entender o que se espera deles como muçulmanos porque tiveram acesso aos Sahaba's , os companheiros do Profeta ( saws ). Como a história progrediu, no entanto, surgiu a necessidade de codificar as leis islâmicas em códigos de lei organizados e fáceis de se acessar. A primeira pessoa que empreendeu esta tarefa monumental foi o grande erudito Imam Abu Hanifa. Através de seus esforços, desenvolveu-se a primeira escola de fiqh (jurisprudência islâmica), a escola Hanafi. Hoje, a escola Hanafi é a maior e mais influente entre as quatro escolas (madhabs) de fiqh. Infância e Educação O nome [real] de Abu Hanifa foi Nu'man Ibn Thabit. Ele nasceu em 699 na cidade iraquiana de Kufa, numa família de origem persa. Seu pai, Thabit,

O IMPÉRIO DO MALI

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Começo da História A história do Mali começa em 1050, quando os almorávidas atacaram o Império Ganês, quando Baramendana estava como governante de um pequeno reino no Mali. Ele era muçulmano e fez uma peregrinação a Meca, algo que todo governante no Mali era obrigado a fazer. Após a morte de Abu Bekr em 1087, vários reinos conquistaram a independência de Gana, incluindo o Reino do Mali. Não se sabe muito sobre os governantes depois disso, até que em cerca de 1200, quando o reino Susu sob o governo de Sumanguru atacou o Reino do Mali e matou todos os herdeiros ao trono, exceto um jovem aleijado chamado Sundiata, que foi exilado. No entanto, Sundiata conseguiu se recuperar e levantou um exército. Em 1235, ele derrotou Sumanguru na Batalha de Kirina e tomou de volta o trono. Mas ele não parou por aí. Ele derrotou seu tio e saqueou o Reino Sangaran, conquistou Labe e foi para o leste, cruzando o [rio] Níger, subjugando todos em seu caminho. Em 1240, Sundiata destruiu a antiga cidade

QUEM SÃO OS KHARIJIS?

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Por Firas Al-Khatib Ao longo da história islâmica, [vários] grupos surgiram de tempos em tempos defendendo modos de pensamento radicalmente novos e divergentes de se pensar sobre a religião. Um dos grupos mais radicais e violentos emergiu durante o caos político do califado de Ali, que durou de 656 a 661. Eles eram conhecidos como os Kharijis (carijitas, em portuguê s), eles emergiram de uma posição política radical e passaram a desenvolver crenças particularmente extremistas que os colocavam em desacordo com a maioria dos muçulmanos. Eles nunca se tornaram uma grande força política ou religiosa no mundo muçulmano, mas tiveram um grande impacto em seu tempo e sua ideologia foi repetida inúmeras vezes por outros grupos periféricos ao longo dos últimos 1400 anos. Plano de Fundo Em junho de 656 d.C (35 depois de Hijra), o califa do império muçulmano, Uthman Ibn Affan foi assassinado. Os assassinos eram um grupo de soldados egípcios muçulmanos descontentes, que discorda