E SE NÃO HOUVESSE O EXPANSIONISMO ISLÂMICO

Ontem, conversando com um amigo meu que foi para um país estrangeiro estudar sobre o islam, disse que o "expansionismo árabe era uma inovação (bidah)" na religião islâmica. Esse post de hoje é dedicado a essa nossa conversa.

Antigamente eu costumava ler a revista Super Interessante, onde nela sempre vinha uma página com a matéria intitulada "E se..." onde eles brincavam com a história; teve várias, como "E se a Alemanha tivesse ganhado a II Guerra", "E se o futebol não fosse nosso esporte favorito", e tantas outras. Então hoje resolvi, como historiador, fazer o mesmo, brincar com a história, E se o expansionismo islâmico não tivesse acontecido, como estaria o mundo?

Apesar da relutância de meu amigo em chamar de bidah (inovação na religião) o expansionismo, até mesmo na época do Profeta (saws) houve tal, já que o mesmo posicionou suas tropas próximas ao Império Bizantino, tropas essas comandadas pelo seu fiel companheiro Osama (ra), para iniciar uma batalha para levar o islam a aqueles povos, porém ele (o Profeta (saws)) morre antes da batalha começar [1], porém isso tudo mostra que o expansionismo não era uma bidah. Há outras provas como as batalhas de Taif e Mina, mas prefiro falar disso em outro momento, agora vamos responder nossa pergunta.

Se você é um islamofóbico talvez acharia bom que o islam não tivesse se expandido, porém te dou uma notícia ruim, isso não faria com que ele não existisse até os dias atuais, apenas que fosse menor o número de muçulmanos no mundo. Exatamente, se o expansionismo não tivesse acontecido é provável que menos de 1% da população mundial fosse muçulmana (hoje em dia esse número é de 35 a 40% da população mundial é muçulmana, perdendo apenas para o cristianismo no qual a população é em torno de 45 a 50%), ou seja, o islam seria próximo ao que é o hinduísmo hoje, religião de apenas uma ou duas nações, com poucos adeptos pelo mundo afora. Por que isso?

Bem, se no início do islam não houvesse o expansionismo, o Império Bizantino não teria ameaça direta, e possivelmente teria aproveitado do declínio do Império Sassânida (persa) do século VII para tomar partes de suas terras, o que aumentaria muito seu poder e riqueza. Como os bizantinos já dominavam o norte da África, é provável que hoje 85% da população mundial fosse cristã, sendo esses divididos em 40 e 40% de católicos e ortodoxos, e 5% os demais. Não dá para saber se o Império Bizantino existiria até os dias atuais, mas é provável que não, pois o Imperialismo não teria deixado de existir.

A Indonésia, Singapura, Brunei, Malásia, e outros países do Sudeste Asiático que hoje são de maioria muçulmana também não seriam muçulmanos, pois quem levou o islam para esses lugares foram mercadores principalmente da Índia [2].

Talvez a religião que seria a segunda maior do mundo, substituindo o islamismo seria o zoroastrismo, pois no século VII a Pérsia eram um conjunto do que é hoje vários países como Irã, Azerbaidjão, Armênia, Afeganistão, Uzbequistão, Tajiquistão, e outros, e a religião oficial dos persas era o zoroastrismo [3], assim, talvez
o mesmo tivesse sobrevivido com muito mais adeptos. Há poucos zoroastristas hoje em dia, a maioria vive no Irã e na Índia.

Porém, no fim de tudo, tivemos os califas bem guiados, que não inovaram na religião, e levou o islam para várias nações.

BIBLIOGRAFIA:

1 - O Néctar Selado, de S. R. Al-Mubarakpuri, pag. 463, 2016.

2 - A Idade Média Explicada para meus Filhos, de Jaques Le Goff, 2007.

3 - O Estado Persa, de David Asheri, 2006.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

PERSONAGENS REAIS DE KURULUS OSMAN

KURULUS OSMAN – UMA ANÁLISE

O HAMAS FOI CRIADO POR ISRAEL?