O WAHABISMO NO BRASIL - PARTE II

Por Rafael ‘Hussein’ Silva

No ano de 2001, após os atentados de 11 de setembro, o islamismo foi para a mídia, com isso várias pessoas no Brasil começaram a se interessar pelo islam e a se converterem. Até então já haviam brasileiros que haviam se tornado muçulmanos, mas as cifras eram pequenas, a partir desse momento começa um grande fluxo de muçulmanos revertidos. Em alguns anos, entre 2008 e 2014, algumas mesquitas tinham cerca de 50 reversões por mês, fazendo com que o islamismo se tornasse a segunda religião que mais cresce no Brasil [1].
Com o islam o tempo todo na TV, mostrando atrocidades contra os muçulmanos, muitos muçulmanos brasileiros começam a ficar do lado dos árabes que sofriam tais atrocidades.
Muitas instituições islâmicas no Brasil, porém, só pensam em números, dentre elas as comandadas por libaneses e egípcios de São Bernardo do Campo e Guarulhos, e outras, ou seja, convertem qualquer pessoa que aparecer em suas portas dizendo ‘quero ser muçulmano’, sem exigir o mínimo de conhecimento dessa, e sem oferecer qualquer curso de religião para que a pessoa tenha conhecimentos mais aprofundados antes de se converter. Isso facilita muito a ação de radicais.

Com brasileiros pouco instruídos entrando no islam, ficando do lado dos muçulmanos oprimidos pelo mundo, mas conhecendo pouco de sua religião, pessoas que vem ensinar ideias wahabis encontram um terreno grande e propício.
No início do séc. XXI, alguns brasileiros começaram a se reunir na pequena mussala (casa de orações) num bairro da zona norte de São Paulo, onde um Sheik dos Emirados Árabes (país diretamente influenciado pela Arábia Saudita), começava a imbuir ensinamentos wahabis na cabeça dos brasileiros, e esses espalhavam para outros (hoje em dia os caminhos dessa mussala tem mudado, e hoje somente muçulmanos mais tradicionais se reúnem no local). No ano de 2005, esse polo foi mudando. A mesquita do bairro do Pari começou a oferecer cursos de religião para os brasileiros, porém chamou para dar esses cursos somente pessoas formadas na Universidade de Medina (cidade saudita que se transformou na maior formadora de Sheik’s wahabis do mundo), já que Sheik’s formados em Al-Azzar ou outras instituições, pouco se preocupavam com brasileiros revertidos. Com isso os brasileiros foram cada vez se reunindo mais e mais na referente Mesquita, e mais e mais influenciados por ideias wahabis. Alguns desses ultrapassaram seus professores em radicalismo ao ponto de defender o Estado Islâmico. Assim a referente Mesquita é hoje o principal ponto de encontro e formador de Wahabis do país.

Para piorar a situação, a Arábia Saudita vendo o terreno fértil para suas ideias no Brasil, abriu no ano de 2012 um Instituto, uma escola que visa formar Sheik’s wahabis dentro do Brasil, e espalha-los pelo país. O referente Instituto já formou 1 turma com cerca de 5 alunos. O mesmo, em parceria com outra Mesquita, trouxe no início de 2016 o Sheik Muhammad Al-Arifi ao Brasil, um proeminente líder saudita wahabi que foi expulso de cerca de 10 países europeus por pregar o ódio entre os muçulmanos e dar sua permissão para que os muçulmanos vão a Síria para estuprarem as mulheres sírias, onde palestrou para cerca de 200 brasileiros. Tal visita chegou a ser matéria jornalística na TV [2].
No ano de 2014, as autoridades da religião viram que o número de brasileiros que se reuniam no pari eram grandes e resolveram chamar um Sheik brasileiro para comandar a referente mesquita. O mesmo tem formação na Universidade de Riade (capital saudita, segundo centro de formação wahabi) e é conhecido nas redes sociais por pregar o sectarismo entre os muçulmanos.
Como dito acima, alguns alunos ultrapassaram seus mestres e apoiaram o Estado Islâmico. No ano de 2015, junto a alguns refugiados sírios, esses apoiadores do EI começaram a se reunir numa entidade nova em Guarulhos, SP.

Afora de São Paulo, a cidade com um maior número de wahabis é Porto Alegre, RS, pois a mesquita local foi dirigida pelo sheik brasileiro antes de ir para SP, deixando depois outro wahabi tomando conta do local que é conhecido por vídeos na internet ensinando a bater em mulheres sem deixar marcas, até esse se mudar, mas já deixando pupilos no local. Algumas outras cidades tem alguns wahabis, como Cuiabá e Brasília, influenciados por vídeos de outros wahabis publicados na internet.

Podemos concluir que, o wahabismo avança rapidamente no Brasil, e que se não forem tomadas medidas, logo poderá dominar os muçulmanos brasileiros. O wahabismo é uma doutrina que deve ser retirada do mundo o quanto antes. E nós brasileiros devemos ficar atentos, estudar muito, para que não caiamos nas garras dessa doutrina. Em próximos posts eu escreverei mostrando o por que o wahabismo está tão longe do islam.

FONTES:
[1] - Dados da CDIAL.
[2] - Domingo Espetacular, Rede Recorde.
A maior parte das informações é retirada das experiências do autor visitando as mais diversas comunidades islâmicas, e pode ser provada por qualquer pessoa que tenha frequentado as mesmas.

Comentários

  1. Engraçado, quem se diz Salafi, diz que o termo remete aos sahabas. Por isso deve ser tão difícil separar os dois movimentos. Parece tudo um monstro só.

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  2. Engraçado, quem se diz Salafi, diz que o termo remete aos sahabas. Por isso deve ser tão difícil separar os dois movimentos. Parece tudo um monstro só.

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  3. Engraçado, quem se diz Salafi, diz que o termo remete aos sahabas. Por isso deve ser tão difícil separar os dois movimentos. Parece tudo um monstro só.

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