5 PESSIMOS GOVERNANTES MUÇULMANOS
Esse site tem como objetivo trazer informação mais acadêmica possível ao público em geral sobre a religião islâmica e sua história, por isso falamos sobre tudo aqui, e não somos como outros sites que em tudo querem dizer que só houveram pessoas boas no islamismo, por isso não eximimos aqueles que foram ruins, pois entendemos que humanos não são perfeitos, e com isso vemos que houveram governantes muçulmanos que não atendiam bem os costumes e tradições muçulmanas, e acabaram sendo péssimos governantes. Os únicos governantes que todos os muçulmanos consideram que foram bons governantes são os chamados “califas rashidun (bem guiados)”, dentre os demais, houveram bons e maus governantes.
Hoje eu trouxe uma lista de péssimos governantes da história islâmica, que causaram mortes, assassinatos, instigaram a divisão entre os muçulmanos e outros pecados. Só Allah (louvado seja) os julgará, porém entendemos diante das leis que eles fizeram muitas coisas erradas. A lista está em ordem cronológica, não de quem foi melhor ou pior, e perpassa por várias dinastias.
1 – Yazid I (646 – 683)
Quando Ali, o primo e genro do Profeta Muhammad (saws), se tornou califa em 656, o governador da Síria, Muwayah, se recusou a aceitá-lo como califa caso ele não achasse os assassinos de Uthman, o califa antes de Ali (Uthman era da mesma tribo que Muwayah). Quando Ali é assassinado em 661, e seu filho Hassan se torna califa em Kufa (Iraque), ao mesmo tempo que Muwayah se declara califa em Damasco (Síria). Hassan governa por poucos meses pois Muwayah entra em acordo com o mesmo de que ele governaria e após a morte dele o califado voltaria para as mãos dos descendentes de Ali, ou seja, Hassan, porém Hassan morre antes de Muwayah, e esse entendendo que o califado deveria voltar apenas para Hassan, quebra o tratado e nomeia seu filho, Yazid, como seu sucessor.
Yazid assumiu o trono omíada em abril de 680 aos cerca de 34 anos de idade. Yazid era um homem amante das bebidas alcoólicas, gostava de jogos de azar e jogos com animais, e não suportava insubordinação e nem rebeldia. Devido a quebra do tratado, Hussein, o irmão mais novo de Hassan e neto do Profeta Muhammad, planejou ir a Kufa e ali juntar apoiadores para reivindicar seus direitos, porém os omíadas descobriram seus planos e o cercaram no meio do caminho, na localidade de Karbala (hoje uma cidade do Iraque) e mataram o neto do profeta a sangue frio em outubro de 680, e enviaram sua cabeça para Yazid em Damasco. Em 683 Yazid ainda mandaria seu exército cercar e atacar a cidade sagrada de Meca, destruindo a Caaba, para suprimir a revolta de Ibn al-Zubayr, que usava a cidade como sua sede. Yazid morreu em novembro de 683 e foi sucedido por seu filho Muwayah II, que morreria no ano seguinte aos 20 anos de idade de causas desconhecidas e daria fim a casa sufyanida dos omíadas.
2 – Abu al-Abbas al-Saffah (721 – 754)
Abu al-Abbas As-Saffah foi o fundador do Califado Abássida, que substituiu e acabou com o Califado Omíada de Damasco em 750. Al-Saffah teve o apoio dos xiitas para chegar ao poder derrotando os omíadas, que eram autênticos perseguidores dos xiitas, porém após subir ao poder al-Saffah mandou matar milhares de xiitas pois temia que esses se revoltassem e tomassem seu trono, pois devido a proximidade com os hashemitas (a tribo do profeta) eles tinham muito poder religioso. Depois do massacre al-Saffah guardou todas as cabeças dos xiitas em um cofre e depois mostrou-as para a população para não desafiarem seu poder. Após a morte de al-Saffah em 754 a perseguição aos xiitas diminuiu por parte dos governantes abássidas, mas não acabou. Os xiitas só tiveram um governo próprio em 909 com a fundação do Califado Fatimída.
3 – Selim I (1470 – 1520)
Selim I foi um sultão otomano que se assentou no poder em 1512, e ficou até sua morte em 1520. Logo após subir ao poder ele mandou fazer um censo de todos os xiitas que viviam dentro do Império Otomano, e depois mandou matar todos eles. Selim tinha mania de perseguição e acreditava que todos os xiitas eram espiões do Império Safávida dentro de seu território, incluso mulheres e crianças. Além disso Selim também destruiu o Sultanato Mameluco do Egito, um outro reino muçulmano da época sem ter um motivo claro para isso. Selim não era implacável apenas com os inimigos, mas também com os amigos, ele mandava matar seus vizires pelo erro mais bobo que cometessem. Na época havia um ditado que dizia que o pior trabalho que existia era ser vizir de Selim.
É interessante o quanto diferente Selim fora de seu filho Suleyman, que o sucedeu após sua morte em 1520, pois Suleyman passou a respeitar os xiitas em seu território e expandiu o império até as portas de Viena, governando com certa justiça, tanto que passou a história conhecido como “Suleyman, o Magnífico”, e fez com que o Império Otomano vivesse o máximo de seu explendor.
4 – Ismail II (1537 – 1577)
Totalmente paranoico, o terceiro Shah [imperador] da Pérsia Safávida, foi Ismail II, o filho do bom governante Tahmasp I (1514 – 1576). Ele fora tão ruim que ficou pouco mais de 1 ano no trono, pois além da paranoia, onde ele prendia e abusava de opositores, Ismail tomou medidas bastante impopulares, como a tentativa de impor o sunismo novamente na Pérsia (o local já era uma nação majoritariamente xiita desde a época de seu avô, o fundador da dinastia). E além disso tudo Ismail costumava se deitar com um jovem homem de sua corte, algo que enfurecia a nobreza da época. Ismail foi envenenado após cerca de 1 ano e 3 meses no poder, e substituído por seu irmão Mohammad, que governou a Pérsia por 9 anos.
5 – Ibrahim I (1617 – 1648)
Ibrahim se tornou sultão do Império Otomano em 1640, aos 22 anos de idade, após a morte de seu irmão, Murad IV. Confinado num palácio desde seu nascimento, e vivendo no luxo, sua mãe, Kosem Sultana, convenceu-o a viver dos prazeres de seu harém e deixar a política com ela. Ibrahim pouco se importou com política, com seu povo e até mesmo com as reuniões cerimoniais, que eram dirigidas por seu grão vizir. Ibrahim morreu em 1648 aos 30 anos de idade, deixando seu filho Mehmed IV, de apenas 6 anos de idade, no trono. Mehmed também fora controlado por avó Kosem até sua morte em 1651, e depois por sua mãe Turhan até 1656, quando o sultão voltou a cena política. Outros dois filhos de Ibrahim também viriam a ser sultões, Suleiman II (de 1687 a 1681), e Ahmed II (de 1691 a 1695).

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