SHEIK AHMED YASSIN

Em vista do crescente conflito entre israelenses e palestinos, hoje voltamos a lembrar de mais uma importante figura na luta contra o sionismo e a ocupação ilegal dos territórios palestinos, o Sheik Ahmed Yassin (1938 - 2004), um dos fundadores do HAMAS.

Infância

O Sheik Ahmed Yassin nasceu em 1938 na vila de Al-Joura, próximo a cidade palestina (hoje ocupada por Israel) de Askalan (Ashkelon, no nome dado pelos israelenses). Seu pai morreu em 1943. Em 1948 ele vai para a escola pela primeira vez, mas naquele ano começa o Al-Nakba, onde os israelenses invadem as terras e força Yassin e sua família e milhares de outras pessoas a irem buscar abrigo na Faixa de Gaza, assim Yassin foi um sobrevivente desta época e aprendeu a lição de que os palestinos estavam sozinhos e dependiam deles mesmos apenas para lutar contra o sionista Israel.
Yassin se graduou na escola secundária em 1958, e em 1959 ele foi ao Egito estudar na Universidade Ain Shams, onde conheceu a Irmandade Muçulmana e se encantou por sua luta de ajuda aos muçulmanos mais pobres e luta por preservação do islam. Em 1962, já Sheik, ele retorna para Gaza, mas é preso por autoridades egípcias por ligação com a Irmandade, banida no país na época pelo presidente Gamal Abdel-Nasser. Assim ele passa um tempo na prisão e depois volta a Gaza e começa a liderar a Mesquita Al-Abbasi, na cidade, e em 1967 novamente Israel invade a Faixa de Gaza, e Yassin sempre pregava na mesquita sobre a libertação da Palestina.

Mujahedin

Seguindo os ensinamentos do fundador da Irmandade Muçulmana, o Imam Hassan Al-Bana, em 1982 Yassin começa a trabalhar como mujahedin, liderando a resistência armada contra Israel, e é preso novamente em 1984 e solto no ano seguinte. Em 1987, junto com outros membros da Irmandade Muçulmana na Palestina como o Sheik Hassan Yousef, outro grande lutador da causa palestina, eles fundam na cidade de Hebron o Movimento de Resistência Islâmica, ou em sua sigla em árabe, HAMAS, como uma entidade de resistência armada a ocupação ilegal dos territórios palestinos. Fazendo frente a inércia de outros grupos que ficavam apenas tentando o diálogo, como o Fatah, OLP e outros, o Hamas começa a lutar de forma significativa contra Israel. Vale lembrar que Israel não permite que a Palestina tenha exército e que a população tenha porte de armas. Com tudo isso Yassin é preso e torturado novamente por Israel. Em 1987 também começa a Intifada, onde os palestinos lutam com paus e pedras contra os tanques israelenses, e em tal o governo israelense permite que seu povo tenha armas e atire em qualquer um que jogasse pedras contra eles. Milhares de crianças, mulheres e idosos são vítimas dos israelenses que atiravam nos palestinos desarmados.

Liberdade

Em 1997 o Sheik Yassin é solto após exigências feitas pelo Rei Hussein da Jordânia em troca de soldados israelenses presos pelo reino. Yassin retorna triunfante para Gaza, e é recebido por milhares de milhares de pessoas após sofrer tanto nas mãos dos israelenses, e é reconhecido assim por anos e anos de luta contra os sionistas. Ainda naqueles anos, Yassin e os palestinos continuam a ver Israel construíndo mais e mais assentamentos ilegais na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e diante de tantas humilhações começa em 2000 a Segunda Intifada, mas Yassin é preso em prisão domiciliar por Israel, mas não deixa de pregar contra o sionismo e a lutar com suas palavras contra a injustiça e a opressão.

Morte

Em setembro de 2003 Israel faz um primeiro atentado terrorista contra Yassin, mas ele sai vivo. Nessa época o Sheik estava pratic

amente cego, andava numa cadeira de rodas e estava com idade avançada já, porém Israel nunca teve problema em assassinar idosos a sangue frio, e em 22 de março de 2004, um helicóptero das Forças Armadas de Israel lança um foguete contra a casa de Yassin, e dessa vez ele não sobrevive.
O Sheik Ahmed Yassin se torna uma lenda viva entre os muçulmanos, um homem que sobreviveu a milhares de desgraças, viu o sofrimento de um povo, lutou com palavras para defender seu povo, pregou contra a injustiça e a opressão, seguiu e defendeu a religião islâmica até seu último suspiro de vida, e morreu como um verdadeiro shahid (mártir pelo islam).

Fontes:
http://www.ikhwanweb.com/article.php?id=23862
Minha Terra Prometida, por Ari Shavot
A Porta dos Leões, por Steven Pressfield

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