EID AL-GHADIR

Por: Rafael Hussein Silva

A postagem de hoje é uma homenagem ao dia do Eid Al-Ghadir, que foi domemorado no doa 03 de Novembro de 2012 em diversas Mesquitas elo mundo. Procurarei explanar aqui um pouco do que vem a ser este dia, seus fatos históricos e o que ocorre em decorrencia dele.

Primeiramente, antes de começar, devemos saber que esse tema se trata de história (sirat) do islam, por isso suas fontes são secundárias, ou seja, o tema é baseado em livros de autores que reuniram fontes primárias (documentos da época e livros de ditos do Profeta e dos Imanes) e escreveram sobre esse, sendo o principal os 11 volumes do livro Al Ghadir, do Sheik Abd Al Husayn Amine.

A palavra Al-Ghadir vem do árabe e significa oásis ou lugar de bifurcações, isso tudo devido ao local onde ocorreu todos os fatos. Após a “Peregrinação da Despedida” o Profeta seguia juntamente com várias pessoas que fizeram o Hajj (Peregrinação) até um lugar onde a multidão se dispersaria cada um para sua cidade, ou seja, um lugar no deserto onde tinha diversas bifurcações onde eles poderiam pegar o caminho para Shams (atual Síria), ou Pérsia, ou Iraque, etc; e assim sendo esse é o Ghadir. Nesse local foi revelado o versículo 67 do capítulo 5 do Alcorão. Seguiam com o Profeta até esse lugar cerca de 80 a 100 mil pessoas, que no caso, essas gostavam de ficar perto do Profeta para ouvir seus ensinos e seus ditos. Neste lugar, o Profeta, sabendo que não ia mais ficar entre seu povo por muito tempo, mandou fazer um lugar onde o mesmo pudesse ficar mais alto para discursar para aquele povo.

Subiram nesse monte o Profeta (saas) e o Imam Ali (as), e o Profeta começou fazendo uma pergunta onde dizia se ele era o comandante dos fiéis. A multidão era muito grande, então até que o ultimo sabia o que foi dito demorava um certo tempo, pois até a informação chegar lá trás demorava, mas assim que chegou todos respondiam afirmando. Após todos responderem, o Profeta (saas) disse:

“Aquele para quem eu sou seu mestre, Ali também é o mestre dele. Ele é meu Califa (sucessor) sobre vós depois de mim. Ó Senhor, auxilie quem auxilia a Ali e se oponha a quem se opuser a ele”


Assim o Profeta (saas) ordenou todos a darem sua “wallya” a Ali levantando o braço do Imam Ali (as). A palavra “wallya” em árabe tem diversos significados, sendo os principais “apoio” e “amor”, porem nós sabemos que diante dessa situação todo o Profeta não estava apenas comandando os crentes a amarem Ali, pois isso seria simplório diante de toda a situação. Após tudo isso ocorrer o Imam Ali (as) se retirou a sua tenda onde todos os muçulmanos presentes foram apertar sua mão e lhe dar congratulações pelo ocorrido, inclusive Abu Bakr e Umar.

Cerca de 70 dias depois o Profeta (saas) morreu, e os chefes dos clãs se reuniram para saber quem seria o sucessor do Profeta (saas). Muitos sabiam que o Profeta (saas) já havia designado seu sucessor em Ghadir, porem muitos desses que estavam lá, se dividiam em muitas categorias sendo as principais os que sabiam que o Profeta (saas) designou Ali como seu sucessor e os que interpretaram que “wallya” era somente o Profeta (saas) comandando os fiéis a amarem a Ali.

Ali havia sido, na época do Profeta (saas) o principal comandante em muitas guerras, então muitos dos convertidos ao islam após essas guerras não gostavam de Ali, pois o mesmo havia os derrotado e assim se colocavam como seu inimigo. Ou seja, haviam pessoas que sabiam que o Profeta (saas) designou Ali, porem não gostavam dele. A maioria dos que sabiam que Ali era o sucessor designado e o apoiavam eram pessoas baixas nos clãs, então não tinham poder de voto. Assim quando os chefes se reuniram, Umar levantou a mão de Abu Bakr e deu sua “wallya” a ele, e depois disso muitos também assim fizeram. Havia ainda muitos muçulmanos, que revertidos a pouco tempo, que para eles não fazia diferença em quem era o sucessor. Para dar legitimidade a escolha de Abu Bakr como sucessor do Profeta (saas), Umar Ibn Al-Khattab invadiu a casa de Fátima Azzhara, a filha do Profeta (saas) casada com Ali (as), quando esta estava sozinha, quebrando a porta de sua casa de forma que a porta bateu em Fátima, que estava grávida, e lhe fez quebrar uma costela e perder o bebê, e levou ela arrastada para dar sua “wallya” a Abu Bakr. O povo que sabia que Ali (as) havia sido designado o sucessor, quando soube disso se revoltou contra Abu Bakr e se negou a pagar o zakat ao mesmo. Abu Bakr mandou reunir um exército, sob o comando de Khallid Ibn Al-Wallid, um dos que era muçulmano a cerca de 6 meses e que não gostava de Ali (as) pois havia lutado contra ele em diversas guerras, e esse exercito sufocou a “rebelião” matando milhares de pessoas.

O Imam Ali (as) não pode fazer muito, pois o mesmo declarou que não queria que os muçulmanos se dividissem, ele queria a unidade dos mesmos. Hoje os muçulmanos relembram o dia do Eid Al-Ghadir em memória de todos esses fatos. Muitos colocam esse momento como o “amanhecer” ou o “início” do xiismo de Ali (as).

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